Hoje é arroz de festa denunciar os crimes dessa gente.
Lá atrás – Lula nadando de braçadas – a certeza de impunidade, aprovação de mais de 80%, “mexer com Lula era mexer com o povo.”
Já nos idos de 2009, Artur Neto, no Senado, se insurgia contra a cobrança da CPMF, que dava ao Governo mais de 40 bilhões de reais, anualmente.
Liderou, e virou demônio, a implosão dessa cobrança.
Representando um estado de força restrita, o Amazonas, enfrentou o PT de peito aberto.
E mais; ameaçou “surrar” o presidente da República, Lula da Silva.
O mundo veio abaixo.
Advertiu que não se ousasse mexer com ele; equivalia a passar a mão no bumbum da mulher de Mike Tyson, no interior de um bar fuleiro.
– Depois que o vagabundo levar uma “surra”, ninguém tira.
A frase se imortalizou – Artur é um frasista.
“Surrar” Lula era uma ameaça simbólica, mas se antecipava – até hoje é acusado de ser a cartomante do conto imortal de Machado – a um sentimento gestando no coração de muitos brasileiros.
Virou o inimigo número 1 de Lula, PT e das forças que apoiavam o “Governo popular”.
A ousadia, consciente, lhe custou a reeleição do mandato de Senador.
Firmou-se a aliança – União, Amazonas, Manaus e forças políticas do sistema contra ele em 2010.
Lula e Dilma, unidos ao governador Eduardo Braga, fizeram carga pesada, visitaram o estado, elegeram Vanessa Graziottin.
O PSDB concorreu com Serra, em 2010, enfrentou Dilma, perdeu, mas antes já abandonara Artur.
Artur, ao ameaçar de “surra” o Grande Guia, tornara-se tóxico para o PSDB.
Exagerara, vive explodindo pontes, disseram.
Bolsonaro peitou Lula e sua gente – inquestionável – no entanto já no crepúsculo da “queda”.
Artur o fez 10 anos antes.
Pode-se dizer que sua “reabilitação”, seu retorno à politica, governando há 6 anos a mais importante capital da Amazônia, é um “case”, quase um “milagre”.
Embora na guerra, de verdade, só se morra uma vez, na política, havendo determinação e uma boa causa, pode haver “ressurreições”.
Artur parece ser um exemplo.

